quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Saúde espiritual na enfermidade

Como conversar com um paciente de câncer sobre a importância da assistência espiritual

Por: Eleny Vassão de Paula Aitken
Saúde espiritual na enfermidade

"O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?" (Pv 18.14).

Sombras surgem em um piscar de olhos

Aquele era mais um exame de rotina. Como era chato ter que romper com o corre-corre, adiar tarefas e separar um tempo para ir ao consultório médico. Mas, em nome da saúde, valia a pena. Como sempre, Marisa não esperava nada de novo. Tendo se submetido aos rituais exigidos anualmente, era continuar a correria da vida que não espera ninguém.

Só que dessa vez, foi diferente. Os olhos da médica estavam sombrios, enquanto fazia o ultrassom da sua tireoide. Ela só balbuciou: "Você deve procurar seu médico com urgência. Há nódulos em sua tireóide". Como Marisa, você, provavelmente, também passou por isso. Do nada, surgiu um "carocinho" meio estranho, alguma coisa que não estava lá antes. Algo que não fazia parte de você.

Como lidar com esse susto, quando a estabilidade da vida é abalada pelo desconhecido? Mil pensamentos bombardeiam sua cabeça, sempre pensando no pior. Lembranças de pessoas com câncer veem ao seu encontro, como um mau agouro para quem ainda terá que se submeter a uma biópsia.

E agora, contar ou não para a família? É melhor esperar pelos resultados, para não alarmá-los antes do tempo. Mas sua mente não para: e seu emprego? E quanto às crianças? E os muitos sonhos e planos? E aquela viagem tão sonhada? E o sonho de envelhecer com saúde, independência e disposição? De que lhe valeram todas as horas na academia e os sacrifícios da dieta, se as sombras do câncer estão ameaçando sua vida?

As médicas parecem gêmeas, em sua maneira idêntica de agir. Após a biópsia, o semblante sombrio, o olhar distante e indireto. Palavras não são necessárias para que Marisa saiba a verdade. Arrisca uma pergunta, para a qual já tem a resposta: "É câncer, doutora?".

Agora não são mais suposições, fantasmas ou pesadelos. É a cruel e inegável realidade. Como lidar com um invasor tão sujo e desonesto que surge de repente tirando a sua paz?


Confissões do fundo do poço

O sono vai-se embora, medo e ansiedade tomam todo o seu ser. O poço é fundo, e nem ao menos uma réstia de luz ilumina seu coração abalado.
Perguntas gritam do fundo de seu ser: "Deus! Por que eu? Por que agora? O que fiz para merecer isso? Há tanta gente má por aí, porque logo eu, que não faço nada de mais, tenho de sofrer?".

Pode parecer, mas não é só você que está passando por esse deserto escaldante. Homens e mulheres, como você e eu, têm enfrentado "o vale da sombra da morte". Um deserto tão tenebroso que o simples pensamento de atravessá-lo sozinha é apavorante.

Mas ninguém está livre desse tipo de pesadelo. Por mais rico, saudável, poderoso e bem-sucedido, temos todos corpos frágeis. Até mesmo um grande personagem histórico, como Davi, não ficou livre desse sofrimento.

De fato, ele foi um grande rei do passado, poderoso sobre nações, uma pessoa muito especial. Um homem tão amado que o significado de seu nome era "homem segundo o coração de Deus". Mas ele também passou pelo vale.

Em meio à dor, compartilhou sua tristeza dizendo: "Sinto-me encurvado e sobremodo abatido, ando de luto o dia todo. [...] Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração". (Sl 38.6,8) Quando a dor nos esmaga, tendemos a perder a perspectiva, a desistir de lutar e a entregar os pontos. Se isso acontece, nem os medicamentos nem os tratamentos mais modernos da medicina exercem o mesmo efeito sobre a doença. "O espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido, quem o pode suportar?" (Pv 18.14).

Muitas pesquisas científicas realizadas em todo o mundo comprovam o efeito da fé sobre a saúde física e mental. Mesmo que não saibam bem como explicar, pacientes que têm esperança apresentam maior imunidade orgânica e enfrentam melhor o período de hospitalização, recuperando-se em cerca de um terço do tempo, em comparação com outros pacientes com os mesmos males.

Como disse o sábio Salomão, em seu livro de Provérbios: "O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos" (Pv 17.22).


O relacionamento que traz esperança

Que tipo de fé é essa? É fé em dias melhores? É fé de que o problema não seja tão grave? É a fé que os médicos encontrarão a cura rapidamente? É a fé que espera por um milagre? Onde, então, buscar esse tipo de fé que traz a esperança que permanece mesmo na dor, dando-lhe razão para viver e forças para lutar?

Esta é a esperança que só pode ser oferecida pela fé no Deus que nos criou, que nos conhece e tem tanto o poder para aliviar as nossas dores como para curar a nossa alma, dando-nos novas forças e vida nova para crescer e sorrir mesmo em meio às sombras da enfermidade.

Esse Deus é alguém pessoal, próximo e que, por nos amar muito, quer ter um relacionamento profundo com cada uma de nós. Esse relacionamento trará sentido ao nosso viver, e uma nova concepção para cada um dos nossos dias.

O seu amor foi além das palavras, pois ele nos deu o seu Filho Jesus, para que, por intermédio de sua morte, tivéssemos vida ao crermos nele. Ao confiarmos em Jesus, temos perdão de todas nossas culpas e a oportunidade de começar uma vida nova e eterna sob os seus cuidados.

É ele quem nos convida: "Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará" (Sl 37.5).

Ao entregar-se a ele, você encontrará a paz que excede todo o entendimento e gozará do cumprimento de sua promessa: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" (Hb 13.5).

O Pastor de nossa alma nos garante: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo..." (Sl 23.4).

Somente com ele poderemos ter saúde espiritual, mesmo em meio à enfermidade, experimentando sua paz, ao dizer: " O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará". (Sl 23.1)

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Ibaté, São Paulo, Brazil
Eu sou cristão protestante da Igreja Presbiteriana Independente de Ibaté, cidade onde cresci e vivo atualmente... Não me considero um religioso, penso que só a religião em si não tem o poder de salvar a alma de ninguém nem transformar uma pessoa corrompida em um cidadão de bem... A religião nada mais é do que uma das instituições que em conjunto formam a sociedade.Assim como a família, a escola, o club,etc... Nada mais servem do que para nos moldar conforme o padrão que a sociedade requer, para que assim possamos viver de forma ''civilizada''... Uma escravidão a qual somos submetidos ao fazer parte da sociedade pois esta é englobada em um sistema rígido, manipulador e opressor... Não sou perfeito como nínguém é, mas apenas tento dar a minha colaboração a essa pobre gente como eu,(a grande massa), que já está tanto cansada de lutar e enfrentar tantas mentiras... Sou apenas mais um louco idealista neste mundo capitalista.