Sábado, 28 de novembro de 2009
Estudo sobre nova linhagem de micróbio resistente a antibióticos aponta  núcleo de surto em bairro de San Francisco. Patógeno, comum em infecção  hospitalar, cresce no ambiente exterior; risco para homossexual aumenta  13 vezes, diz pesquisador 
Uma linhagem de bactéria potencialmente letal -e resistente a  antibióticos- atravessou as fronteiras de hospitais nos EUA e está sendo  transmitida entre homens gays pelo sexo, afirma estudo publicado  anteontem (14/1).
Os autores da pesquisa dizem que o patógeno conhecido como Sarm  (Staphylococcus aureus resistente à meticilina), em geral restrito a  casos de infecção hospitalar, está começando a aparecer fora dos  ambientes clínicos em San Francisco e Boston.
“Uma vez que ela atingir a população geral, será mesmo irrefreável”, diz  Binh Diep, pesquisador da Universidade da Califórnia em San Francisco  que liderou o estudo. “Tentamos divulgar a mensagem de prevenção.” O  trabalho de Diep, publicado na revista “Annals of Internal Medicine”,  diz que o risco de infecção para homens gays cresce 13 vezes em relação  ao risco para heterossexuais. 
O estudo foi baseado no rastreamento de uma linhagem de S. aureus  surgida por volta de 2000, identificada pela sigla USA300. A bactéria se  espalha de forma rápida nas comunidades gays de San Francisco e Boston.  “Achamos que ela se dissemina por meio de atividade sexual”, afirma  Diep.
Ao colher dados para o estudo, cientistas registraram os CEPs dos  pacientes infectados, e o trabalho aponta que muitos habitam o bairro de  Castro, em San Francisco, que tem uma grande comunidade gay.
Esse supermicróbio pode causar infecções mortais ou deixar cicatrizes  profundas. Com freqüência, só um tratamento com antibióticos  intravenosos caros é eficaz.
O Sarm matou cerca de 19 mil norte-americanos em 2005, a maioria  deles em hospitais, segundo uma estimativa publicada em outubro na  revista médica “Jama”. O Brasil também tem infecções registradas da  bactéria, mas não da linhagem USA300.
Cerca de 30% das pessoas em geral são portadoras de linhagens  mais comuns de S. aureus. Elas podem ser transmitidas pelo toque direto  ou por meio de objetos. A bactéria pode causar infecções mais grave se  penetrar o corpo por feridas.
A maioria das pessoas portadoras de S. aureus leva a bactéria dentro do nariz, mas  variedades do patógeno associadas a comunidades de pessoas infectadas  podem viver também na região do ânus e serem passadas entre parceiros  sexuais.
A incidência de Sarm nos EUA está aumentando ao lado de um  ressurgimento de sífilis, gonorréia e novas infecções de HIV,  parcialmente por causa de uma descrença sobre a gravidade do HIV e de um  aumento dos comportamentos de risco, como o uso de drogas ilícitas e a  prática de sexo abrasivo para a pele, escreve Diep.
“A probabilidade de alguém contrair cada uma dessas doenças aumenta  com o número de parceiro sexuais”, diz o cientista. “Provavelmente, o  mesmo pode ser dito para a Sarm.” O risco de infecção pela bactéria,  porém, “parece ser independente de infecção por HIV”, escreveram os  cientistas.
Infecções por S. aureus costumam deixar pontos vermelhos nas áreas da  pele atingidas. Se não forem tratadas, podem inchar. A melhor maneira  de evitar a infeção é lavar mãos e genitália com sabão e água.
Segundo os pesquisadores, apesar de a Sarm encontrada em hospitais  ser resistente a várias drogas, no caso da linhagem USA300 alguns  antibióticos genéricos de tipos mais antigos ainda são capazes de  controlar infecções menos complicadas de pele e mucosas.
“Contudo, o crescente uso desses antimicrobianos pode levar ao  surgimento de novos subclones [variantes] de Sarm associados a  comunidades que são resistentes a muitas drogas”, escrevem os  cientistas.
(Folha de SP, 16/1)
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=53720
NOTICIA de 2008
Bactéria mortal está atingindo gays nos EUA
15 de janeiro de 2008 • 12h29 •
A variante de uma bactéria que pode levar à morte estaria se espalhando  rapidamente entre a comunidade gay das cidades de São Francisco e  Boston, nos Estados Unidos.
De acordo com um estudo publicado na revista especializada Annals of  Internal Medicine, a nova forma da bactéria MRSA, conhecida como MRSA  USA300 é altamente resistente a medicamentos e é transmitida por meio de  sexo anal, pelo contato da pele ou com superfícies contaminadas.
Os especialistas fizeram um levantamento da incidência da doença em  diferentes áreas das cidades de São Francisco e Boston com base em  registros hospitalares, mas não informaram o número exato de  contaminados até agora.
A equipe de pesquisadores descobriu que no distrito de Castro, em São  Francisco, – que teria uma das maiores concentrações de homossexuais  dos Estados Unidos – um em cada 588 residentes estaria infectado com a  bactéria. Em outras áreas da cidade, essa proporção seria de um para  cada 3.800.
Uma outra parte do estudo ainda indicou que os homossexuais moradores  de São Francisco teriam 13 vezes mais chances de contrair a doença do  que outros residentes da cidade.
Necrose
A infecção pode causar úlceras na pele, necrose dos tecidos, atacar  órgãos como pulmão e o coração e se espalhar facilmente pela corrente  sangüínea.
Entre a comunidade gay, a doença teria se proliferado pelo contato da  pele, causando abscessos e infecções nas nádegas e nos órgãos genitais.  Os especialistas aconselham esfregar o corpo com água e sabão após as  relações sexuais para evitar que a bactéria se espalhe. 
De acordo com o jornal americano The New York Times, 19 mil pessoas  morreram nos EUA em 2005 em decorrênica de doenças causadas pela MRSA  (Estafilococos Aureus resistente à meticilina, MRSA, na sigla em  inglês). 
No passado, a bactéria era comum apenas em infecções hospitalares,  mas recentemente também tem sido contraída por pessoas saudáveis fora  dos hospitais.
Além de ser resistente à meticilina, a MRSA USA300 também não é  facilmente combatida por outros antibióticos utilizados para tratar  outras variantes da bactéria.
Os especialistas advertem que a menos que laboratórios de  microbiologia identifiquem o tratamento adequado para nova bactéria, “a  infecção poderá se espalhar rapidamente e se tornar uma ameaça  nacional”.
BBC Brasil – BBC BRASIL.com -
VER TAMBÉM:
Sida: Portugal encabeça lista de novos casos na Europa
Portugal é o país da Europa Ocidental e Central com mais novos casos de  infecção pelo HIV/Sida, segundo o relatório anual da ONUSida e da  Organização Mundial de Saúde sobre a evolução da doença no mundo. O  relatório refere que na América do Norte e na Europa central e ocidental  a epidemia está mais concentrada nas populações de risco mais elevado,  nomeadamente em homens que têm sexo com homens, utilizadores de drogas  injectáveis e imigrantes.
Nestas regiões, o número mais elevado de novas infecções por HIV encontra-se nos Estados Unidos e Portugal.